Economia
Ecológica

Os Objetivos Laudato Si’ guiam as nossas ações. Eles redefinem e reconstroem a nossa relação uns com os outros e com a nossa casa comum. A abordagem holística proposta tem em consideração os limites dos sistemas socioeconómicos e as raízes humanas da crise ecológica. Estes objetivos apelam a uma revolução espiritual e cultural para alcançar a ecologia integral.

A Economia Ecológica reconhece que a economia é um subsistema da sociedade humana, que por sua vez se encontra inserida na biosfera – nossa casa comum. As ações relacionadas com este objetivo podem incluir produção e consumo sustentáveis, investimentos éticos, desinvestimento em combustíveis fósseis e qualquer atividade prejudicial ao planeta e às pessoas, apoiar economias circulares, priorizar o trabalho de cuidado e proteger a dignidade dos trabalhadores.

Nota: os excertos e citações partilhados assinalados com LS referem-se à Carta Encíclica Laudato Si' do Papa Francisco, LD refere-se à Exortação Apostólica Laudate Deum do Papa Francisco, CV refere-se à Carta Encíclica Caritas in Veritate do Papa Bento XVI. 

«Preocupa a fraqueza da reacção política internacional. A submissão da política à tecnologia e à finança demonstra-se na falência das cimeiras mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse económico chega a prevalecer sobre o bem comum e a manipular a informação para não ver afectados os seus projectos. A aliança entre economia e tecnologia acaba por deixar de fora tudo o que não faz parte dos seus interesses imediatos. Deste modo, poder-se-á esperar apenas algumas proclamações superficiais, acções filantrópicas isoladas e ainda esforços por mostrar sensibilidade para com o meio ambiente, enquanto, na realidade, qualquer tentativa das organizações sociais para alterar as coisas será vista como um distúrbio provocado por sonhadores românticos ou como um obstáculo a superar.» LS 54

«O mercado, se houver confiança recíproca e generalizada, é a instituição económica que permite o encontro entre as pessoas para satisfazer as suas carências e desejos. Mas a doutrina social nunca deixou de pôr em evidência a importância que tem a justiça distributiva e a justiça social para a própria economia de mercado. De facto, deixado unicamente ao princípio da equivalência de valor dos bens trocados, o mercado não consegue gerar a coesão social de que necessita para funcionar bem. Sem formas internas de solidariedade e de confiança recíproca, o mercado não pode cumprir plenamente a própria função económica.» CV 35

«Há exemplos positivos na melhoria do ambiente, tais como o saneamento de rios que foram poluídos durante muitas décadas, a recuperação de florestas nativas, o embelezamento de paisagens, projetos de edifícios de grande valor estético, progressos na produção de energia limpa, na melhoria dos transportes públicos. Estas acções não resolvem os problemas globais, mas confirmam que o ser humano ainda é capaz de intervir de forma positiva. Como foi criado para amar, no meio dos seus limites germinam inevitavelmente gestos de generosidade, solidariedade e desvelo.» LS 58

«Estão a desenvolver-se cooperativas para a exploração de energias renováveis, que consentem o auto-abastecimento local e até mesmo a venda da produção em excesso. Este exemplo simples demonstra que, enquanto a ordem mundial existente se revela impotente para assumir responsabilidades, as instâncias locais podem fazer a diferença. É possível gerar uma maior responsabilidade, um forte sentido de comunidade, uma especial capacidade de solicitude e uma criatividade mais generosa, um amor apaixonado pela própria terra, tal como se pensa naquilo que se deixa aos filhos e netos. A sociedade deve forçar os governos a desenvolver normativas, procedimentos e controles mais rigorosos. Se os cidadãos não controlam o poder político, também não é possível combater os danos ambientais.» LS 179

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sustentabilidade

(sus·ten·ta·bi·li·da·de)

nome feminino

1. Qualidade ou condição do que é sustentável.

2. Modelo de sistema que tem condições para se manter ou conservar.

"sustentabilidade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/sustentabilidade.