Adoção de Estilos de Vida Sustentáveis

Os Objetivos Laudato Si’ guiam as nossas ações. Eles redefinem e reconstroem a nossa relação uns com os outros e com a nossa casa comum. A abordagem holística proposta tem em consideração os limites dos sistemas socioeconómicos e as raízes humanas da crise ecológica. Estes objetivos apelam a uma revolução espiritual e cultural para alcançar a ecologia integral.

A Adoção de Estilos de Vida Sustentáveis assenta na ideia de suficiência e de promoção da sobriedade na utilização de recursos e de energia. As ações podem incluir a redução do desperdício e a reciclagem, a adoção de hábitos alimentares sustentáveis (optando por reduzir o consumo de carne em prol de uma alimentação mais à base de plantas), maior utilização dos transportes públicos, mobilidade ativa (caminhada, bicicleta) e a redução do recurso a bens de utilização única (como por exemplo o plástico).

Nota: os excertos e citações partilhados assinalados com LS referem-se à Carta Encíclica Laudato Si' do Papa Francisco, LD refere-se à Exortação Apostólica Laudate Deum do Papa Francisco, CV refere-se à Carta Encíclica Caritas in Veritate do Papa Bento XVI.

«Às próximas gerações, poderíamos deixar demasiadas ruínas, desertos e lixo. O ritmo de consumo, desperdício e alteração do meio ambiente superou de tal maneira as possibilidades do planeta, que o estilo de vida atual – por ser insustentável – só pode terminar em catástrofes, como aliás já está a acontecer periodicamente em várias regiões. A atenuação dos efeitos do desequilíbrio actual depende do que fizermos agora, sobretudo se pensarmos na responsabilidade que nos atribuirão aqueles que deverão suportar as piores consequências.» LS 161

«Os seres humanos também podem superar-se, escolher novamente o bem e regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto. São capazes de olhar para si mesmos com honestidade, expressar o próprio pesar e seguir novos caminhos em direção à verdadeira liberdade. Não há sistemas que anulem completamente a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no mais profundo dos nossos corações. A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer esta dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar.» LS 205

«Uma mudança nos estilos de vida poderia chegar a exercer uma pressão salutar sobre quantos detêm o poder político, económico e social. Verifica-se isto quando os movimentos de consumidores conseguem que se deixe de adquirir determinados produtos e assim se tornam eficazes na mudança do comportamento das empresas, forçando-as a reconsiderar o impacto ambiental e os modelos de produção. É um facto que, quando os hábitos da sociedade afectam os ganhos das empresas, estas vêem-se pressionadas a mudar a produção. Isto lembra-nos a responsabilidade social dos consumidores. «Comprar é sempre um acto moral, para além de económico». Por isso, hoje, "o tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós".» LS 206

«Os esforços das famílias para poluir menos, reduzir o desperdício, consumir de forma sensata estão a criar uma nova cultura. O simples facto de mudar os hábitos pessoais, familiares e comunitários alimenta a preocupação pelas responsabilidades não cumpridas pelos setores políticos e a indignação contra o desinteresse dos poderosos. Note-se, pois, que, mesmo se isto não produzir imediatamente um efeito muito relevante do ponto de vista quantitativo, contribui para realizar grandes processos de transformação que agem a partir do nível profundo da sociedade.» LD 71

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Estilo de vida é uma expressão moderna que se refere à estratificação da sociedade por meio de aspetos comportamentais, expressos geralmente sob a forma de padrões de consumo, rotinas, hábitos ou uma forma de vida adaptada ao dia a dia. A determinação do estilo de vida adotado por cada um não foge às regras da formação e diferenciação das culturas: a adaptação ao meio ambiente e aos outros seres humanos. É a forma pela qual uma pessoa ou um grupo de pessoas se relaciona com o mundo e, em consequência, se comporta e faz escolhas.


Alguns padrões sociais de estilo de vida constituem os principais fatores de risco comportamentais envolvidos nas doenças crônicas e incapacidades sérias. Observa-se que doenças crónicas (como as cardiovasculares ou neoplasias), em conjunto com os acidentes e atos de violência, estão entre as principais causas de morte nas sociedades, desenvolvidas ou não. Por exemplo: um estilo de vida sedentário está associado ao excesso de peso e obesidade.


(inspirado em Estilo de vida, em wikipedia.org)